Não sei porquá A cada dia perco a respiração Já não sei mais o que vestir quando acordar Não tem mais graça roupa quente no verão As cores vivas me faziam levantar Os ratos mortos que eu achava no porão Era motivo para eu me gargalhar Chegava até a perder minha respiração Hoje desinfetante e lixo pra jogar Deixei pra lá As plumas que acompanhavam meu andar Cada segundo que eu olho para o chão Lembro o cinza do apê, não vou ficar Braços abertos, estendidos para o vão A porta bate e eu reclamo para abrir O olho abre e eu reclamo pra fechar A chuva cai e eu reclamo pra cessar Sempre nesse porquá