Kishore Kumar Hits

GAC - Vozes na Luta - A luta dos bairros camarários şarkı sözleri

Sanatçı: GAC - Vozes na Luta

albüm: A cantiga é uma arma


Quando se construiram as fábricas no Porto, há mais de cem anos
Vieram para cidade muitos trabalhadores
Eram eles que produziam tudo
Era a custa do seu trabalho que os patrões
Conseguiam dinheiro para construir mais fábricas
E cidade aumentou
Para onde foram morar os operários?
Nos seus quintais,
Que até ali serviam apenas para galnhas e
Flores, os senhores das fábricas construiram as ilhas
Quanto mais casas, mais ganhavam
Quanto mais pequenas, melhor
Foi um bom negócio
Em 1936, metade da população do Porto vive em ilhas
Os operários vivem nas traseiras dos senhores
Sem água, nem ar, nem sol, nem retretes
As ilhas são um centro de doença e de miséria
A doença pega e os senhores tem medo
A miséria não é bonita e aos senhores não agrada o espetáculo
A câmara é obrigada a fazer qualquer coisa
Em 1958, foi aprovado o plano de melhoramentos
As ilhas serão demolidas,
Começam a fazer-se bairros para onde
Serão transferidos os seus moradores
Os senhores ficam contentes,
Porque as ilhas já rendem pouco e os terrenos ficam outra vez livres
Mas agora, não são galinhas nem flores,
São prédios novos que eles constroem e que rendem mais
As rendas são caras e só os ricos ali podem ficar
E os moradores das ilhas vão para os bairros
Apesar das novas casa terem sol, terem quarto de banho
São muitos os casos de resistência, frequentemente a polícia intervem
Os moradores não tem direito a indenização,
Nem podem escolher o bairro que mais lhes agradam
Separam-se dos amigos, da família
A comunidade da ilha é destruida
As pessoas desconfiam e tem razão
Nos bairros terão que cumprir um regulamento
Haverá um fiscal que entra nas casas
Que conta as pessoas que lá moram
Que toma nota dos embelezamentos que elas fizeram a sua custa
Que procuram os gatos sem licensa, as galinhas clandestinas
A infração ao regulamento acarreta
Multas, transferências de bairro, despejos
O despejo não tem recurso
As primeiras lutas são contra os despejos
Em setembro de 73, no bairro da Pasteleira
Pela primeira vez, protesta-se coletivamente contra um despejo
Em São João de Deus, em novembro 73
Os moradores impedem um despejo
A caminhonete que trasnportaria a mobília para o canil,
Pois era para o canil que eram
Transportados os despejados e seus haveres
Essa caminhonete, dessa vez, foi vazia
Em 30 de abril de 74, os moradores de São João de Deus tomam a palavra
E elaboram o primeiro caderno reivindicativo
Iniciara-se o movimento dos bairros camarários
Que em pouco tempo alastra a maioria dos bairros
Os fascistas cá do Porto, fazem bairros camarários
Escondem nossa miséria nas costas dos seus palácios
E opressão aos moradores, nas costas do alvará
A opressão tem mil caras, tudo rouba e nada dá
A opressão tem mil caras
Tudo rouba e nada dá
Em Portugal libertado tudo isso acabará
Moradores, povo unido. Tudo junto mudará
Atiremos pra lixeira, a caminhonete e o fiscal
Ajudaremos assim a libertar Portugal
E gritemos todos juntos pra ajudar o movimento
Abaixo o Abel Monteiro mais o seu regulamento
A luta centra-se em dois objetivos principais:
Luta contra o regulamento fascista
Não haverá mais fiscais
Não haverá mais multaS
Nem transferências, nem despejos
A Vida dos bairros camarários
Regular-se-á pela vontade dos seus moradores
Luta pelo saneamento da câmara
Abaixo o Abel Monteiro!
Abaixo o Santos Silva!
Fora com todos os que oprimem o povo, a luta continua!
Abaixo o Abel Monteiro mais o seu regulamento

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