Dormi no berço da fome, as mãos a vida lancei Mas nunca vi o meu nome, nas coisas que criei As coisas que fabriquei, sempre um outro as possuiu Tanta força que deixei, tanto sangue me fugiu Onde uma vila nasceu, onde um comboio apitou Mão de operário ali se ergueu Mão de operário ali passou E esta mão tem jeito tão, tão grande... Sabedoria! Remoldará Portugal no novo abril... Qualquer dia! Meus jovens anos acesos, passai-os a trabalhar Por meus companheiros presos, sentia as forças dobrar Senti as forças dobrar, em cada mês, cada hora Se em abril soube cantar, saberei lutar agora Onde uma vila nasceu, onde um comboio apitou Mão de operário ali se ergueu Mão de operário ali passou E esta mão tem jeito tão, tão grande... Sabedoria! Remoldará Portugal no novo abril... Qualquer dia! Remoldará Portugal no novo abril... Qualquer dia!