Lembro que se deu em noite de silêncio e lua quando Serafim cumpre a sina De crucificar o próprio filho em nome de vingança cega E honra assassina Só porque Lourenço, dos quatro o mais novo era quem Tudo sabia, eia-ô Com a cara e a coragem enfrenta o pai, os dois irmãos E Maria. Percorrendo tantas léguas quantas são precisas prá Encontrar o elo perdido Foi até guia-de-cego, protetor de moças, defensor De lei e bandido Pelos idos de setenta, contam que Lourenço foi Preso e linchado, eia-ô Pelo povo da aldeia que viam nele a encarnação do Diabo Desse feito o que se guarda na memória Dessa gente ainda é um mistério Poucos sabem que Lourenço escapou prá longe E lá fundou um santo império Defendido por caboclos e mundanas, índios, Mendigos, hermanos - Eia-ô Todos eles unidos por devoção ao mais fiel Dos ciganos!...