Quem descerrar a cortina Da vida da bailarina Há de ver cheio de horror Que no fundo do seu peito Existe um sonho desfeito Ou a desgraça de um amor Os que compram o desejo Pagando amor a varejo Vão falando sem saber Que ela é forçada a enganar Não vivendo pra dançar Mas dançando pra viver Obrigada pelo ofício A bailar dentro do vício Como um lírio em lamaçal É uma sereia vadia Prepara em noites de orgia O seu drama passional Fingindo sempre que gosta De ficar à noite exposta Sem escolher o seu par Vive uma vida de louca Com um sorriso na boca E uma lágrima no olhar