Meu batimento bate e rebate como um jab direto
Derruba pesado como o rap que espuma
Meu sangue corre, sai fumaça, faísca, fagulha
Sangue quente como asfalto na rua
Me censuram, intitulam, me criticam em tudo
Falam como devo ser e o que dizer só escuto
Não sabem quem eu sou e nem conhecem meu mundo
Se não fosse desse jeito, não seria AO Cubo
Eu teria um terno e um castelo
E todos sorririam com sorriso amarelo
Sigo meu chamado verdadeiro e sincero
Se eu eu tô aqui, eu tô aqui
É o que eu queria, o que eu quero
Se eu acredito, eu luto, executo e dá fruto
Abraço o que faço não só pelo produto
O som é pesado, direto e bruto
É pra quem taxa, embaça e não entende o discurso
Se reprovo o formato, de fato reparto
É gangster, é gospel, é pop, é abstrato
Quem sabe o exato é a massa geral
É pela rua, é pela graça, é rap nacional
O mais puro e duro, com amor e com raça
Porque amor recupera e a guerra despedaça
Diz pra poucos, pra tolos, pra doidos
Só entende os loucos, daqui só saiu morto
Eu tenho uma missão e não vou parar
Pro mestre é assim, minha resposta é sempre sim
Por isso que nasci, é pra isso que eu vim
Meu chamado, meu legado, tô no rap até o fim
Só quem é louco se identifica
Pro mestre é assim, minha resposta é sempre sim
Por isso que nasci, é pra isso que eu vim
Meu chamado, meu legado, tô no rap até o fim
Quando encho o pulmão, atenção, aumenta aí
Os moleque tá ligado quando o rapper não sorri
Acho que já me entendi, então agora me entenda
Eu já fui liberto e não vou deixar que me prenda
Eu sou livre como o break, os graffiti e o pit
A música que canto sempre foi sem limite
Não é pra gravadora, portais, jornais
Não é pros marketeiro escrever que eu sou mais
O aplauso é pros fracos ser salvo, ele é o alvo
O plebeu desprezível, é por eles que eu causo
Assistência da dança, da rima, minha aparência
Incomoda os grupo muito mais que cê pensa
Tenho uma crença, dá licença, eu me desculpo
Até pro culto sou assunto em oculto
Quando vamos sai rap da fé que grava a arte
Os bico não entende quando um coração arde
Quem que faz a regra? Quem é o dono, o patrono?
Quem é o teto, o método? Quem que é ordem e o trono?
Faço tumulto do fruto, é AO Cubo
Dele e por ele, pra ele é o intuito
Entre erros e acertos, tá aí, é o que eu sei
Não sou o melhor no ritmo, é legítimo, tentei, mano
Não sou anjo nem demônio, sou um mano
É o acordo: daqui só saio morto
Eu tenho uma missão e não vou parar
Pro mestre é assim, minha resposta é sempre sim
Por isso que nasci, é pra isso que eu vim
Meu chamado, meu legado, tô no rap até o fim
Só quem é louco se identifica
Pro mestre é assim, minha resposta é sempre sim
Por isso que nasci, é pra isso que eu vim
Meu chamado, meu legado, tô no rap até o fim
Daqui só saio morto