Ontem à noite ouvi os tiros, sirene de polícia Amanhece a rotina, me traz outra carnificina Em lágrima de mãe, filho ensanguentado Um bar em cada esquina, sempre caixão lacrado Não vejo mais crianças felizes brincando no parque Agora estão com ódio no peito, com uma 12 ou fumando crack Invadindo as mansões, proporcionando o terror A luz no fim do túnel infelizmente aqui se apagou A paz tá morta (morta, morta) desfigurada no IML Sangue no chão, revólver na mão A marcha fúnebre aqui prossegue A paz tá morta (morta, morta) desfigurada no IML Sangue no chão, revólver na mão A marcha fúnebre aqui prossegue O moleque de dez anos segura o seu fuzil Futuro soldado metralhado no chão da injusta guerra civil Embaixo do viaduto, numa caixa de papelão Uma família dorme no frio, comeu resto achado no chão Aqui não existe formatura, só vejo pulso algemado Corpo decaptado no mato, futuro disperdiçado Carbonizaram nossa paz, mataram a esperança Só deixam como herança uma glock pra criança A paz tá morta (morta, morta) desfigurada no IML Sangue no chão, revólver na mão A marcha fúnebre aqui prossegue A paz tá morta (morta, morta) desfigurada no IML Sangue no chão, revólver na mão A marcha fúnebre aqui prossegue