Cortes na jugular, sem sutura Remoendo falsas juras enquanto ainda sangra De alguns infortúnios, atrás de falsa fortuna Férias em Ubatuba, hentais da sakura, doses de saquê ura Sutras, medito sobre sustentar colunas Se me esqueço a estrutura esmago o atlas Doces curvas e o veneno que a alma procura Que dão pra mim ao mesmo tempo em que me cravam facas Conhaque pra esquecer e ser só criatura E no outro dia não pensar na dor da criação Quando nem sempre o que é contido vale sua moldura Perdendo tempo e paciência junto com a razão São alguns bilhões presos no mesmo transe Pressionante, impressionante, reina o ego humano O filme da nossa vida posto em cannes Dois vilões querendo sangue Mas se não aguenta porque veio? Já que, o sol não nasce pra todos, ditados disseram Voamos atrás de sonhos com asas de cera Aguardando algum sinal, uma nova primavera Eu tava drogado demais pra uma terça-feira Era o quarto de dormir e a paisagem da janela Como um anúncio, um aviso de um temporal Mônica não quis acreditar e nunca foi culpa dela Acho que eu também nunca quis, me dizem que é normal Eu deixo alguém encher minha taça mas odeio tintos Pensando em esvaziar garrafas pra ver se levito Metáforas só pra fingir que o mundo é mais bonito E lá fora o infinito chama pra eu não voltar Viver é desencontrar, pessoas são labirintos Com desejos distintos, instintos, lógicas próprias Uma coisa é óbvia, engana a memória De certeza o presente nossas questões sem respostas Vão acumulo entulhos num coração sujo e juro Ainda trago como a mais desejada O tempo todo atrás da chance de ter tudo E talvez tudo desse mundo seja quase nada Acumulo entulhos num coração sujo e juro Ainda trago como a mais desejada O tempo todo atrás da chance de ter tudo E talvez tudo desse mundo seja quase nada