Leia na placa Não pode sonhar Tem que se acostumar Saber se adaptar Leia na placa Que eu acabei de inventar Que pra perseverar Vai ter que entubar Eu to me sentindo cansada Eu não aguento mais Minha garganta engasgada Só quer pedir paz Há tantos meses trancada Buscando sinais De que as minhas preocupações São normais Se morre gente, não importa Porra, muito legais! E o pior é que os descasos São governamentais Os meus piores pesadelos Se tornaram reais Minha vontade é explodir Talvez eu seja capaz Calma Calma na alma Não me serve mais O meu silêncio é conivente com os seu ideais Calma Por que pede calma? Não lê os jornais? Por causa da tua calma, morre gente demais Pra lá De cento e trinta mil cairão à direita Pra cá, discurso de imbecil que receita Veneno que sobrou eles vendem Culpando a serpente, enquanto mente pelos dentes E o riso amarelo corre solto Como os ditos boatos que declaram mais um morto São fatos que tentam vendar Como fizeram com metade do país que agora ensaia acordar Os sinais, já vimos Nosso cais, poluímos Esse drama assistimos Esse caos que suprimimos (queima) Como pantanais que extinguimos (queima) Como ontem foi com a Amazônia (queima) Como devia ser com a Babilônia (queima) Então queima como o Palácio do Planalto poderia Queima queima queima, estanca logo essa sangria Porque o castelo construído pra gringo é de Jacarandá Mas vamos protegendo essa mata tipo boitatá Pra quem só vê lucro, a nossa alma mais valia Então leia nessa placa que custou mais de uma vida Leia na placa Não pode falar Vamos te doutrinar Não precisa pensar Leia na placa Vamos te censurar Só queremos te usar Depois te silenciar.