Fizera pouco em tê-lo deixado Todo quebrado, desfigurado Irreconhecível até pra mãe Mãe, olha só que legal Carro que eu ganhei no Natal Tu que me deu, disse Cuidado pra que não arranhe Menino doido, tu quebrou até os friso Tem noção do prejuízo? Acho que o teu véio vai te matar Os olhos dele esperando o carro do ano Um modelo italiano que acabaram de inventar Carrão da porra, tu pisava ele voava Tu freava, ele ancorava E eu lá dentro a me debater No bate-bate com a cabeça no volante Voei pelo, vidro da frente A raiva preta eu não pude conter Com o sangue quente, cortei a testa Quebrei os dente e toda aquela gente Peste! Num vem ninguém me ajudar Nem se mexiam, pior que isso eles riam Teto preto, o tempo fecha Os 'zóvo inflama, ora do pau cantar Eu quero é ver o oco Só na mãozada eu deitei seis, mas detestei matar Eu quero é ver o oco Sem controle, tocando fole, é o hora de dançar Meu ódio por automotores começou cedo Depois que eu tranquei os dedo na porta dum opalão Meu pai de dentro se ria, que se mijava Achou que o filho festejava Era dia de Cosme e Damião Depois do dedo, foi o braço, a perna as costa Tu duvida, bate aposta Pois muitos vão lhe testemunhar Tanta fratura que deixá doutora louca É pino até no céu da boca Tu cansa só de tentar contar Eu quero é ver o oco É pedir muito uma enfermeira vir me ajudar? Eu quero é ver o oco Ó enfermeira, gente boa, vem me medicar Eu quero é ver o oco Eu quero é ver o oco