Esse é o Bê a Bá que eu aprendi lá no sertão Enchendo a cara de cana e a barriga de pão Para um melhor resultado eu dei um trato nos pulmão' E se o cabra for capado a culpa é de Lampião Eu já conheço as pistoleira e cansei de mulher rampeira A única que não me cansa é a tal de Maria Tonteira Por ela eu como vidro, subo a nado cachoeira Se ela vier prensada, apertada é mais maneira Cala boca, abestado, deixa de falar besteira Solução de emaconhado é tapar o sol com a peneira E quando tu tiver crescido e seu pinto tiver comprido A vida lhe será cruel Mostrando todas as faces E amargando como fel Fel ♪ Obrigado, sim senhor, por se mostrar preocupado Só que essa conversa velha é coisa de bebum safado Que num fez nada na vida e com essa língua comprida Só quer atrasar o meu lado Para completar a história eu vou chamar um cheira-fundo O nariz é de batata e a fama é de vagabundo Ele acredita em besta-fera e também no fim do mundo Pra vocês eu apresento: Raimundo O meu nome é Raimundo e comigo não tem vez Se vocês arengarem comigo, eu vou lá e mato vocês Porque eu não penso duas vez, só conto até três Se tu quer saber o que eu faço fale tudo que tu fez Falo da vida nordestina porque a Morte Severina É sempre o mesmo negócio Se eu posso, logo faço, só não faço quando não posso Menina, se eu te pego eu não deixo nem os ossos E se perguntarem quem lhe viu