Ó Como um cego no seu nó Nunca sei o que é que há Quem é meu, onde é que eu tô Fui parar num bairro líquido Onde a chuva sem ser sonho Foi subindo até o pescoço E afogou cada pedaço Ó, para mim é dia claro E eu tirava fora um olho Sem trair minha visão Encontrava meu irmão Nas entranhas do meu cão Sem sonhar o sonho rosa Dos otários, do tesão Fala um ódio novo Olha um ódio novo Ouve um ódio novo Ó, ai Entre os caras que cochicham Esses caras que cochicham Esses caras que recitam Esses corvos que copulam Esse chatos que copiam Entre os mortos que sussurram A canção do amor demais São, mas não são o meu poema Condenei meu semelhante Com o peso de uma pena Tô pedindo a ele: Cante Para que eu perdoe o imenso Sacrifício de talento Tô pedindo que ele cante Cara, um ódio novo Peito, um ódio novo Nuca, um ódio novo Ó