Por entre avenca, feto e taquara poca No seio-limo da mata ciliar Corre arregalada a matéria-prima essencial O vero olho da terra é o cristal d'água E não há no reino mineral Nenhum poder de pedra que estanque O jorro das gotinhas Rasgando as entranhas da terra Sedentas por ver o sol Sedentas por ver o sol Sedentas por ver o sol Secas por vê-lo Por entre avenca, feto e taquara poca No seio-limo da mata ciliar Corre arregalada a matéria-prima essencial O vero olho da terra é o cristal d'água E não há no reino mineral Nenhum poder de pedra que estanque O jorro das gotinhas Rasgando as entranhas da terra Sedentas por ver o sol Sedentas por ver o sol Sedentas por ver o sol Secas por vê-lo Dourar o vale e a serra Pupila, íris, pálpebra, retina Ah! Se esse olho d'água filtrasse A sentina do mundo e da minha alma E o nojo e a lama lavasse E o eco pagão aos meus ouvidos recordasse Que o olho por onde eu vejo Deus É o mesmo olho por onde Ele me vê Que o olho por onde eu vejo Deus É o mesmo olho por onde Ele me vê