Contarei a história do barão Que comia na mesa com seu pai Era herdeiro primeiro dos currais Mas gritou num jantar "Não quero nada! Nada!" Nesse dia subiu num grande galho Nunca mais o barão pisou na terra Passou anos e anos na floresta Andou léguas e léguas sobre as folhas Construiu sua casa feito ninho Beijou sua mulher perto das nuvens Um concreto bordado nas alturas Com manobras de amor no precipício Quando amanheceu entre dois prédios De pastilhas brancas e tandos andares Um guindaste bem mais distante A luz, a sombra, a luz, vermelha, da roupa, da aurora... Soube nessa madrugada do homem Que não quis os minérios do pai E não quis os segredos farpados da mãe Subiu numa planta, no alto da pedra Bem perto daqui, E ficou por lá.