Mais de cem mil caminhando num rastro possível De antemão condenados a sempre marchar Vida que não anda fácil, acho que nunca andou Pelo furo do sapato tento respirar Andamos todos armados de blusa e vinagre Mesmo que estrangulados, sabemos gritar Monstro invisível covarde, bota a cara pra nós Quero dormir mais tranquilo em limpos lençóis O bonde sai carregado de jovens e velhos Preto, cafuzo, branquelo, índio, alemão Tomamos todo o asfalto, fogo rompeu multidão Última gota brindando a revolução Última gota brindando a revolução Última gota brindando a revolução ♪ Nossa trupe aguardada sob o travesseiro Na esperança de um dia o moleque acordar Crê no gigante afobado, cheiro de nova maré E o mar agitado da história acolhe seus pés Corre por entre meus poros o sangue vermelho Tanto e desenfreado que pode jorrar Deus e o diabo não sabem o que é o bem e o mal Todos reivindicando a terra do sal Todos reivindicando a terra do sal Todos reivindicando a terra do sal ♪ Vão dos meus olhos mirando a paz Povo provando do que é capaz Nessa viagem que nunca chegou Playboy tá junto com trabalhador Vão dos meus olhos mirando a paz Povo provando do que é capaz Nessa viagem que nunca chegou Playboy tá junto com trabalhador ♪ Sei de uns porcos parados em frente ao espelho Tão claramente inclinados a endireitar Pensando em seus milhares Cuspindo contra a ralé Rara migalha babada de seus canapés Mas, hoje a fome é forte, eu não pego no sono Hoje, não será tão fácil nos alimentar Corja real de safados, acho que vão se afogar O barco vai virar O barco vai virar, ei! O barco vai virar Ir, pra onde ir? Nós é que vamos olhar por nós Sombra leal do passado Tu com futuro melhor Tudo vira pó Ir, pra onde ir? Nós é que vamos olhar por nós Sombra leal do passado Tu com futuro melhor Tudo vira pó Tudo vira pó Tudo vira pó