Quieto, as palavras querem encarnar Quieto, tua língua morta de tentar conter Esvazio no precipício em que resta o ruído Onde os dentes rangem Eu desacerto em não dizer algo que atravesse E quando digo não sou Quando falo não Não se faz numa palavra Não se cria numa invocação Quieto Quieto em busca de violentar Grito com o som do vento nas vogais Falto Esvaecem as coordenadas que haviam Me enche a boca o peso de me saber irromper só quando alguém me invoca A existência do outro carrega-me Só me sou nessas palavras Não escapo num discurso O que é meu não se diz Falar é ficar Preciso me calar