Palavras mais palavras, malditas, desgraçadas Outra vez jogadas contra o vento Tudo aquilo que senti já não vale mais nada Agora que vejo o quão tolo foi acreditar Que o calor humano da revolução Jamais queimaria minhas mãos Solidariedade proletária escorrer Pelo sangue nas costas de meus irmãos Agora que se contam corpos como grãos Com os mortos enterramos nossos ideais Como não alimentar o ódio em meu olhar Se a dor da traição aumenta cada vez Que lembro de teu discurso febril Escondendo a foice em teus olhos E me sinto tão usado, infantil E tão culpado Imundo, vazio, doente, imbecil Tudo por ter acreditado uma vez