Cada vez que te encontro eu me perco em devaneios na embarcação Que me levam sem destino ao oceano destes dias Em que avistei tantos portos que meu diário de bordo é Incapaz de saber dizer quanto tempo faz Que eu nem sei se eu Eu nem sei se Vou saber mais voltar Eu nem sei se eu Eu nem sei se Vou saber mais voltar Meu encanto se foi com o vento e partiu-se em pétalas Que dançam ao redor de teu farol à implorar Pelo apreço de teu olhar Quando o orvalho em que minha nau navega Não pode mais esconder ser das lágrimas Dos anos que perdemos Mudando nossos rumos E rasgando nossas velas Pra prosseguir à esmo E é fato que não sabemos se voltaremos à encontrar O que deixamos o tempo ruir fechando os olhos Mas mesmo assim eu Mesmo assim eu, queria tentar Mas mesmo assim eu Mesmo assim eu, queria tentar Náufrago com o corpo cansado No breu aguardo a tempestade decidir Se me atira outra vez às tuas praias Ou se enfim me leva às rochas Pra descansar E é tudo tão covarde Deixar morrer as chances Por medo que barcos de papel Não suportem as cargas clandestinas Que fingimos não acumular com o tempo E é tudo tão impossível Que ateamos fogo nos remos