O cavaleiro errante avança Com o coração em chamas Seu escudeiro não diz uma palavra Os gigantes de pedra aguardam Jogando cartas Avante, avante, estou aqui pra lutar! Sprays na parede dão a nova ordem Garrafas acesas de ódio e napalm Queimam as flores de Vandré no jardim Dulcinéia, ó doce princesa Me perdoa por perder A vida em luta com dragões no mar Me desculpa por bater os braços e afundar ao ver Que nunca soube nadar ¡Ya Basta! O verão acabou! Quando Durruti ficou sem munição E Guernica tornou-se a maldição Que nem mesmo Che soube como controlar E quem vai pagar Agora que teu olhar só mira o céu E teus lábios são tão frios, criança? Então escalei tanques em Pequim E ainda assim não pude ver Se você estava ali na multidão Li todos versos de Brecht E não encontrei mensagens e recados Pra fugir outra vez Ao quarto onde o grande irmão não pode nos ouvir Nada mais importa, só você aqui Enquanto a primavera arde por toda Paris São portões fechados Que não te deixam entrar Teus irmãos te trancaram para fora E agora também jogam Cartas com o diabo E você sabe à noite os lobos saem pra jantar E quem vai pagar Agora que teu olhar só mira o céu E teus lábios são tão frios, criança? O monitor acende o nome, os jornais Tem a sua foto e os intelectuais Romantizam sobre dias que nunca verão Os comitês votaram outro protesto Os estudantes voltaram, o feriado acabou E seu corpo ficou esquecido ao chão