Acorda, a corda não te amarra, o que achas que é saudade São risos de verrugas, rugas da terceira idade Que o bom das bodas não é Deus, a missa ou o arroz É no teu dedo de noivado o anel ser quem o pôs Embora agora a casa cheire a sopa e naftalina Ainda me rendo às rendas da tua roupa de menina De sono, o Outono faz a cama às flores do jardim Se te queimar a chama do fogão, chama por mim Enxuga o enxoval, borda no linho o algodão Se são já sete os netos que como teus filhos são Se dura na moldura a dura cara de avô Limpa-me o pó, pendura-me, amanhã já cá não estou Embora agora a casa não me lembre da menina Ainda me rendo às rendas e ao teu cheiro a naftalina