Em Boa Hora os teus corações Só por um segundo Bateram no fundo Renderam ao mundo As suas condições Se não queres abrir a caixa de pandora Enfeita a saudade No Poço da Cidade Diz meia verdade E manda-me embora De corpo descalço em terra Queimada Nem pedras do chão Nem palmas da mão Nunca saberão A minha morada Se a rua acabou e não lhe vês fim Não fiques à Espera Canta como a Severa Que eu, queimando a quimera Caibo dentro de mim Amanheces diferente, indiferente ao torpor Culpas os Inglesinhos Por não teres mais vizinhos Que os corvos nos ninhos E o ébrio cantor Dá-me a mão, que eu não te falto Sê quem sabes só num salto No Bairro Alto Se temos fé em sermos ateus Converte-me à pressa E paga a promessa De que só na travessa És Fiel a Deus