Conta uma velha lenda lá da fazenda do meu avô E a cada madrugada a criançada chora de horror Vem a mulher de branco com seu tamanco batendo o chão Mas ninguém abre a porta, pois isso é obra de assombração Toda a gente se esconde quando ela chega e se vai dormir Fecha bem a tramela e faz reza firme pra ela sumir Ela é a donzela que há muito tempo por lá viveu Foi a mulher mais bela que nessas bandas se conheceu Pobre de quem cruza a linha do trem meia-noite se existe o luar E avista a dama que vaga a procura do par Na sua pele clara nascia o branco do algodão Hoje tem cor de sangue e um rasgo fundo, feito a facão Quem fez esta maldade foi o covarde do Coronel Ia casar com ela depois sair em lua de mel Só que a linda donzela já tinha um dono pro coração Fez o plano perfeito para fugir da consagração Mas no pomar de fruta detrás da gruta alguém gritou Foi o seu bem amado que o jagunço sem dó matou Desta tristeza sem a chama acesa de tanto chorar padeceu Mas do caminho de casa jamais se esqueceu Hoje ela volta chorando na noite de branco buscando seu par Quem for valente já pode esta história contar