Na beira do São Francisco Eu quero me deitar Eu quero namorar Não vou ao correio não Não tenho a intenção de lhe telegrafar Certa vez em Carianha Escutei uma façanha Que se deu em Paratinga Muita manha, muita pinga Uma terra muito estranha Uma sanha na mandinga Uma dor que não se acanha Um horror que não se vinga Na beira do São Francisco Eu quero me deitar Eu quero namorar Não vou ao correio não Não tenho a intenção de lhe telegrafar Diz que em Bom Jesus da Lapa Quando a noite cai de chapa E a memória faz um dique Queima o sol em Xique-Xique Um dilúvio pelo mapa Mansidão de piquenique Quando a rolha não destapa E a coragem vai a pique Na beira do São Francisco Eu quero me deitar Eu quero namorar Não vou ao correio não Não tenho a intenção de lhe telegrafar Despenquei de Pirapora Rolei mais de uma tora Dobrei mais de uma esquina Quase chego em Petrolina Um passado de senhora Num futuro de menina Correnteza que apavora Paradeiro que confina Na beira do São Francisco Eu quero me deitar Eu quero namorar Não vou ao correio não Não tenho a intenção de lhe telegrafar De lhe telegrafar