Guarda alguns sonhos, meu bem, dos que não caem no chão, dos que não partem nas horas de solidão. Guarda a criança, meu bem, nas linhas claras da mão, onde vozes cantem, espantem, a escuridão. E enquanto é cedo brincam os dias, pouco importa fora das fantasias, quando algum medo, estrela vazia, deixar sem segredos toda a poesia, não te aflijas que tudo vai já passar, meu bem. Vai já passar: eu sei. Guarda-te bem, meu bem, que o bem e pouco e já lá vem o quem é quem, o tem, não tem, o mundo inteiro e o ninguém.