Ao poeta perguntei Como é que os versos assim aparecem? Disse-me só: eu cá não sei São coisas que me acontecem Sei que nos versos que fiz Vivem motivos dos mais diversos E também sei que sendo feliz Não saberia fazer os versos Oh meu amigo, não penses que a poesia É só a caligrafia num perfeito alinhamento As rimas são assim como um coração Em que cada pulsação nos recorda sofrimento E nos meus versos pode não haver medida Mas o que há sempre são coisas da própria vida ♪ Fiz versos como faz dia A luz do sol sempre ao nascer Eu fiz os versos porque os fazia Sem me lembrar dos fazer Como a expressão e os jeitos Que para cantar se vão dando à voz Todos os versos andam já feitos De brincadeira dentro de nós Oh meu amigo, não penses que a poesia É só a caligrafia num perfeito alinhamento As rimas são assim como um coração Em que cada pulsação nos recorda sofrimento E nos meus versos pode não haver medida Mas o que há sempre são coisas da própria vida ♪ E assim, amigo, já vez que a poesia Não é só caligrafia, são coisas do sentimento