Nova Gaia, juventude rude com atitude Chelas é o sítio, Chelas é o berço Eu vim com a força do que tem que ser Vi que o meu reflexo ia bazar da anorexia E ficar fat ao envelhecer Luto pela utopia que em puto queria ter Jovem promissor com uma profecia para oferecer Vim com a verdade ao de cima e vi lá o azeite Que mima quem for aceite Para ver se arruína o meu preconceito Até podia, mas simpatia no meu conceito Vem na companhia de alguém Que sabe o que eu tenho feito Jurei que honraria a freguesia que sou herdeiro Ou passaria na Baçaria o dia inteiro Gravei aventuras, até molduras tenho Fiz figuras em ruas escuras onde era forasteiro Fiz batidas diárias em horas solitárias E dei-as com medidas precárias e feias áreas Juntei-as, sílaba a sílaba não há similar O som e o cinema ensinam-me a assimilar várias ideias Treinei a cadência do rap e fiquei coqueluche Com paciência até ver no meu cap um foco de luz Tipo ouvir na rádio o meu nome pelo meu cicerone E ver a fome e fé de um jovem Tomé no Johnny Com um microfone e um texto novo eu agora vejo Que sou um poeta do povo como o António Aleixo E sobre tudo, tenho o mundo à minha volta Para escrever a minha história Desde que a minha memória deixe Se não sabes de onde eu venho Então deixa que eu digo O meu sítio, minha origem Trago sempre comigo Se não sabes de onde eu venho Então deixa que eu digo O meu sítio, minha origem Trago sempre comigo Sempre comigo Se esperas que caia tu gelas, misturas Gaia e Chelas Novelas que zelas? Quezílias? Tu perduras nelas Na velha vila nunca me viram como um vilão Um filho na fila, nunca filado no filão Minha confecção sem contracepção na concepção Com tradição, sem contradição Com tracção em beats que me provocam atração Contra a acção dos que não despertam Qualquer tipo de reação Faço colecção de lição atrás de lição Travão de mão a 15 anos de pregos para o pulmão Homem em missão, homem em mim São possíveis todas as perspectivas de observação, são Nunca fui básico, quadrado ou retangular Mente aberta, não vais encontrar horário para fechar Nesta estação de serviço, neurónios estão de serviço E servias-te do meu tom se o meu tom te servisse Mas já faz vinte que sinto o requinte do seguinte Por conseguinte abri mais a mão do que um pedinte Um bom ouvinte de quem pinte em verso contribuinte Alguém que finte a fonte do processo constituinte Na origem de originais sempre originei mais Dos mais reais de facto baseado em factos reais O amor que sinto por isto, segunda Paixão de Cristo Prefiro aparecer menos nisto e fazer muito mais Se não sabes de onde eu venho Então deixa que eu digo O meu sítio, minha origem Trago sempre comigo Se não sabes de onde eu venho Então deixa que eu digo O meu sítio, minha origem Trago sempre comigo Sempre comigo