A minha língua tem palavra: honra e garra
Nascida em quem a narra, mas lida com uma bizarra montra
Há quem se agarre ao fascínio e já se inspira noutra
Porque imagina que é giro, mas na piscina é gota
Eu não prescindo, eu dou-te a zona que eu cresci
Na ponta da caneta com um cachimbo à boca
Eu falo Marvilense sem diploma, oral ou extenso
É o idioma que me pertence e me leva a Roma
E eu não 'tou a falar de notas, 'tou a falar de letras
Daquelas que tu anotas a imitar outras vedetas
Nem que metas a tua vida inteira
Não me soa a verdadeiro e à pessoa que aparentas
Sou a mão que abençoa um brasão que me aperfeiçoa
Até que aprendas um calão que te afeiçoa sem legendas
A minha fonte é o meu espaço e aponto com um braço canhoto
Que uso para mais tarde dar-te um gafanhoto luso num compasso
A minha escrita não tem prazo, se tu tentasses, conseguias
Entra noutra fase, escreve um calhamaço com cedilhas
Tu mudas consoante modas e manias como acordos
E tiram consoantes mudas em quantias absurdas
E eu não entro em mordomias
A minha língua é Lusa, como é linda a musa
Como é linda é Suza, sprint de Hayabusa nunca finda a tusa
A cinta nunca acusa, metal aqui não se usa
Mente difusa, recusa virar pedra p'ra medusa
Jus a um aprofundar constante, cuspo petróleo
Desde o tempo do linóleo, extenso e denso portfólio
Letras são espólio como hotéis no Monopólio
A indústria é o Capitólio que paraliso como Pólio
O orgulho engole-o, eternizo e infernizo silábico artesão
Nem preciso ser preciso, balança na precisão
Visualizo e realizo ciência sem ficção
Vocalizo, não viralizo, tens falhas na dicção
Com falhas na BIC, são vacilos em dominó
Esse nariz com fricção, tal e qual um esquimó
Turista de riquexó, romântico Dom Quixote
Com fotos que por si só são Photoshop ao barrote
És coffeeshop sem stock, puro flop sem papéis no lote
O meu forte casado com arte sem anéis nem dote
Tu sem sorte, dou-te o corte sem arma nem porte
Douro o Norte e pouco me importa que o Midas me toque
Só sou Pop se for Lock, puro verifica o L.O.P
Sim, coloco semente na terra à espera que brote
Nos PALOP, lucro sem calote, sou bruto a galope
Estalão Lusitano, um choque forte, perigo de morte
Sou Segundo desde sempre, primeiro p'ra muita gente
Primeiro p'ra muita gente, 100% eloquente
Sim, tu sente, sou doente, no beat sou residente
Sou distinto e medalhado a convite do Presidente
Eu sou persistente, focado e obstinado, jamais desistente
Pois já estava destinado a não ser conivente com o que é falsificado
Sou um combatente com espada de aço temperado
Vitorioso inesperado, jamais desesperado
Quantas vezes me inspirei por estar desinspirado?
Quantas vezes fiz do medo o melhor aliado?
O meu silêncio já diz tudo mesmo quando estou calado
'Tá fechado?
Поcмотреть все песни артиста