Cheguei aqui pelos olhos com que vejo E entrego a causa à direcção da luz Segundo o canto superior direito Pra fechar a página carrego a cruz E há formas mais certas de ficar Nunca travar e ver corpos fundir Que se te entregas logo te inventas Não ser sozinha é saber dividir Que parte ficar intacta Que parte é que mudamos O inteiro não tem parte Em tudo o transformamos Ah e quero a forma de existir E o mais puro é quem vai resistir De janela aberta Na noite certa Em que a cabeça tem tecto de abrir E ando em chão de dinamite Sempre que ignoro os meus próprios limites Entre o senso e a sombra que me empurram Pra um lado da corda em que já sou diferente E fico entre querer estar sempre presente E aceitar que me posso deixar ir com o tempo E se largar tudo o que houver cá dentro Vejo o mundo inteiro à minha frente Que parte ficar intacta Que parte é que mudamos O inteiro não tem parte Em tudo o transformamos Lararaia Eu vi-te aos poucos não vi os outros quis-te acompanhar Quem foca o fôlego Encontra mais no escuro a admirar Persegue cego sem ter a vontade de voltar E eu só acredito assim Sem querer contar Eu nunca soube se há um caminho certo Mantive o cinto do carro a descoberto Para me lembrar Que se me tocar Tenho uma viagem pra manter cá dentro E a cara sempre à tona Aceito o lugar da frente Sem uma pergunta Ver tudo à distancia De uma mão que conta Que ela é a parte que nos prolonga