No princípio o verbo, No prelúdio a nota; Dentes, nozes, vozes, Batuta e batota. Ou em berço de ouro Ou disco de prata, Brotei já artista Ou fiz-me pirata? Um messias pop, Freeweelin com dono Se me biografo Ou revisiono. Já cifro mentiras E entoo verdades, Toco no Rei Midas, Garimpo-me em odes. Venha então a tumba Dizer-me quem era: Se orfeu perfilhado, Se orfão de uma lira. A cruz que me acolhe Me atavia, ápia, Não vim dum presépio; Mas morro em prosápia. Então verdade Far-me-à seu servo. Que o final me cale, No princípio o verbo.