Atravesso marginais por pontilhões Parece que tudo que penso está no último volume Eu saturo as cores do quadro, sala, casa, bairro, cidade Moro de verdade no sorriso de uma criança Ontem mesmo corri com a esperança pelos quarteirões da minha mente Imune as ilusões de quem não pode mais sonhar Eu devo mesmo estar em quem pedem pra mover peças mais rápido Passo a vez, depois simpático troco de tabuleiro Xadrez com capoeira o tempo inteiro Andei com falsos reis no meu passado Agora observo e marco os nomes de cada rei momentâneo num mapa bem amassado Jogo! Minha alma tem mais fome do que mágoa Decifro quem se opõe construindo muro só pra derrubar depois Soube que eram dois os meu erros Sessão de terapia com um homem no espelho Ele me deu conselhos, mas lembrei tarde demais Irrito-me com símbolos da mediocridade humana Desprovido de um escudo ando pelo mato, rasgo cimento e asfalto Contudo, falo mais alto que falantes Rap comício, rap no início, rima, batida, vício Geral, diploma, terno, gravata, tênis, festa Dando a mão pra quem não presta Faz de novo, faz errado Fecha a cara e não desce do tamanco