Minha vida era um palco iluminado Eu vivia vestido de dourado Palhaço das perdidas ilusões Cheio dos guizos falsos da alegria Andei cantando a minha fantasia Entre as palmas febris dos corações Meu barracão, no Morro do Salgueiro Tinha o cantar alegre de um viveiro Foste a sonoridade que acabou E, hoje, quando do sol A claridade forra o meu barracão Sinto saudade da mulher Pomba rola, que voou Nossas roupas comuns Dependuradas na corda Qual bandeiras agitadas Parecia um estranho festival Festa dos nossos trapos coloridos A mostrar, que nos morros, mal vestidos É sempre feriado nacional A porta do barraco era sem trinco Mas a lua furando o nosso zinco Salpicava de estrelas nosso chão Tu pisavas nos astros distraída Sem saber que a aventura desta vida É a cabrocha, o luar e o violão Até amanhã se Deus quiser Se não chover, eu volto pra te ver, oh, mulher De ti gosto mais que outra qualquer Não vou por gosto, o destino é quem quer Até amanhã, até amanhã Até amanhã, boa noite! Meus amigos, obrigado por tudo Até amanhã, obrigado!