Se esta rua Se esta rua fosse minha Eu mandava Eu mandava ladrilhar Com pedrinhas Com pedrinhas de brilhantes Só pro meu Só pro meu amor passar Nesta rua Nesta rua dormem sonos sossegados As coisas de antigamente As frases de antigamente E as emoções do passado Mas a rua é sempre a mesma E no céu é lindo vê-las A mesma Lua flutua por entre as mesmas estrelas Acorda, abre a janela, Ester Abre a doce janela da saudade que a seresta da noite vai voltar Vozes veladas veludosas Vozes volúpias dos violões com seus bordões, suas primas E rimas a cintilar A dor que se debruça, a mágoa que soluça E os ais perdidos no ar Serenata em céu profundo que começa neste mundo Mas não sabe onde acabar Ontem, ao luar, nós dois em plena solidão Tu me perguntaste o que era dor de uma paixão Nada respondi, calmo assim fiquei Mas fitando o azul, do azul do céu A lua azul eu te mostrei Mostrando a ti, os olhos meu correr sem ti Uma nívea lagrima e assim te respondi Fiquei a sorrir por ter o prazer De ver a lágrima nos olhos a sofrer A dor da paixão não tem explicação Como definir o que só sei sentir? É mistério sofrer Para se saber o que no peito o coração não quer dizer Pergunta ao luar travesso e tão taful De noite a chorar, na onda toda azul Pergunta ao luar do mar a canção Qual o mistério que há na dor de uma paixão? Se tu desejas saber o que é o amor E sentir o seu calor O amaríssimo travor do seu douçor Sobe o monte à beira mar, ao luar Ouve a onda sobre a areia lacrimar Ouve o silêncio a falar Na solidão do calado coração A penar, a derramar os prantos seus Ouve o choro perenal A dor silente univernal A dor maior e a dor de Deus Se tu queres mais Saber a fonte dos meu ais Põe o ouvido aqui na rósea flor do coração Ouve a inquiteção da merencória pulsação Busca saber qual a razão Por que ele vive assim tão triste a suspirar A palpitar veio uma desesperação A teimar de amar um insensível coração Que a ninguém dirá no peito ingrato em que ele está Mas que ao ser sepulcro faltamente o levará