Num suspiro sedento de mar
O peito oco encheu-se de sonho
O fado triste soou risonho
A nau partiu, doeu esperar.
A alma transcendeu o ser
Ergueu heróis, quebrou barreiras
A pátria despiu-se de fronteiras
E o mundo uniu-se, sem saber.
Num suspiro sedento de mar
Pôs-se um fim ao infinito
Que o horizonte quis traçar
E a glória cantou o mito
Que o império tinha escrito
Num suspiro sedento de mar.
Nos confins do mundo ergue-se um povo a navegar
Murmura profundo o assombro que o quer naufragar.
Cai o céu no luto, sufoca os heróis em medo
Desvenda-se o bruto, o gigante monstro do rochedo.
A cada prece
A Fé esmorece.
Quem ousou rasgar águas que a mim pertencem
E em vão derramar mágoas p'ra que não sofressem?
É crua a punição nestas ondas sangrentas
Não há fuga à maldição do cabo das tormentas.
Somos a nação dos navegadores
Cegos à razão, sevos lutadores.
Poetas cantarão este povo imortal.
Perdidos no mar, achados no breu
Queremos conquistar, queremos o que é teu.
Haverá salvação neste cabo do mal?
Somos a nação dos navegadores
Cegos à razão, sevos lutadores.
Perdidos no mar, achados no breu
Queremos conquistar, queremos o que é teu.
À bolina do medo, no fim dos oceanos
Quem és tu, rochedo? Somos Lusitanos.
Das ondas, conquistador, do mar fiz-me capitão
Chamavam-me Adamastor, mostrengo sem compaixão.
No cais da pretensa amada, meu coração ancorou
Foi sol na madrugada, que numa ilusão brotou.
Numa pérfida noite nua, nasceu dos apelos roucos
E néscio, vesti a sua tez de beijos loucos.
Da bruma fez-se rochedo, ébrio de amor deserto
Da sentença, outro penedo, com Tétis, tão longe e tão perto.
Olhai, Deuses de um tempo acabado
Olhai, o fim dos mitos do passado.
Rendido, o Adamastor, perdido sem favor, partiu para não mais voltar
Lamúrias soluçou, da fúria se acalmou, apartou-se do nosso olhar.
Cedem as nuvens cinzentas aos ventos da bonança
Calam-se as vis tormentas, entoa a boa esperança.
Viver
Por nobres feitos lutar
Sem ter medo de morrer
Sob a cruz que quer salvar
Almas de um mar por conquistar!
O peito oco encheu-se de sonho
O fado triste soou risonho
A nau partiu, doeu esperar.
A alma transcendeu o ser
Ergueu heróis, quebrou barreiras
A pátria despiu-se de fronteiras
E o mundo uniu-se, sem saber.
Num suspiro sedento de mar
Pôs-se um fim ao infinito
Que o horizonte quis traçar
E a glória cantou o mito
Que o império tinha escrito
Num suspiro sedento de mar.
Nos confins do mundo ergue-se um povo a navegar
Murmura profundo o assombro que o quer naufragar.
Cai o céu no luto, sufoca os heróis em medo
Desvenda-se o bruto, o gigante monstro do rochedo.
A cada prece
A Fé esmorece.
Quem ousou rasgar águas que a mim pertencem
E em vão derramar mágoas p'ra que não sofressem?
É crua a punição nestas ondas sangrentas
Não há fuga à maldição do cabo das tormentas.
Somos a nação dos navegadores
Cegos à razão, sevos lutadores.
Poetas cantarão este povo imortal.
Perdidos no mar, achados no breu
Queremos conquistar, queremos o que é teu.
Haverá salvação neste cabo do mal?
Somos a nação dos navegadores
Cegos à razão, sevos lutadores.
Perdidos no mar, achados no breu
Queremos conquistar, queremos o que é teu.
À bolina do medo, no fim dos oceanos
Quem és tu, rochedo? Somos Lusitanos.
Das ondas, conquistador, do mar fiz-me capitão
Chamavam-me Adamastor, mostrengo sem compaixão.
No cais da pretensa amada, meu coração ancorou
Foi sol na madrugada, que numa ilusão brotou.
Numa pérfida noite nua, nasceu dos apelos roucos
E néscio, vesti a sua tez de beijos loucos.
Da bruma fez-se rochedo, ébrio de amor deserto
Da sentença, outro penedo, com Tétis, tão longe e tão perto.
Olhai, Deuses de um tempo acabado
Olhai, o fim dos mitos do passado.
Rendido, o Adamastor, perdido sem favor, partiu para não mais voltar
Lamúrias soluçou, da fúria se acalmou, apartou-se do nosso olhar.
Cedem as nuvens cinzentas aos ventos da bonança
Calam-se as vis tormentas, entoa a boa esperança.
Viver
Por nobres feitos lutar
Sem ter medo de morrer
Sob a cruz que quer salvar
Almas de um mar por conquistar!
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