Chegaste com três vinténs E o ar de quem não tem Muito mais a perder O vinho não era bom, A banda não tinha tom, Mas tu fizeste a noite apetecer. Mandaste a minha solidão embora, Iluminaste o pavilhão da aurora, Com o teu passo inseguro e o paraíso do teu olhar. Eu fiquei louco por ti, Logo rejuvenesci, Não podia falhar! Dispondo a meu favor Da eloquência do amor Ali mesmo à mão de semear Mostrei-te a origem do bem e o reverso, Provei-te que o que conta no universo É esse passo inseguro e o paraíso do teu olhar Dá-me lume, dá-me lume Deixa o teu fogo envolver-me, até a música acabar Dá-me lume, não deixes o frio entrar Faz os teus braços fechar-me as asas há tanto tempo a acenar Eu tinha o espírito aberto Ás vezes andei perto Da essência do amor Porém no meio dos colchões No meio dos trambolhões A situação era cada vez pior Tu despertaste em mim um ser mais leve E eu sei que essencialmente isso se deve A esse passo inseguro e ao paraíso do teu olhar Dá-me lume, dá-me lume Deixa o teu fogo envolver-me, até a música acabar Dá-me lume, não deixes o frio entrar Faz os teus braços fechar-me as asas há tanto tempo a acenar Se eu fosse compositor Compunha em teu louvor Um hino triunfal Se eu fosse crítico de arte Havia de declarar-te Obra prima à escala mundial Mas eu não passo de um homem vulgar Que teve a sorte de saborear Esse teu passo inseguro e o paraíso do teu olhar Esse teu passo inseguro e o paraíso do teu olhar Esse teu passo inseguro e o paraíso do teu olhar