Só nós sabemos deste céu à beira-mar Do sangue a fervilhar nas veias Nesta península de gente a navegar Que temos que habitar a meias O nosso povo já cansado de sofrer E de anos a dizer: "Não posso!" Deste país de tanta coisa por fazer Que por ninguém querer é nosso Ah Portugal, Linda terra de buracos sem igual De "aviones" sobre as lages De "camones" e Bocages E bocados de nação... Mas são verdade Essas coisas ditas na televisão Arde o sol até que fura Mas também o que arde cura Diz o povo e com razão Português navegador Desde Infante a sonhador A divagar se vai ao longe Em qualquer casca de nós Ao estrangeiro, ao estrangeiro A Badajoz. Só nós sabemos deste céu à beira-mar Do sangue a fervilhar nas veias Nesta península de gente a navegar Que temos que habitar a meias O nosso povo já cansado de sofrer E de anos a dizer: "Não posso!" Deste país de tanta coisa por fazer Que por ninguém querer é nosso Oh meu país Uma esperança desde a rubra embandeirada Nossos sonhos turbulentos Seguem dentro de monumentos Rumaram à paunjada Ai Portugal Concebido com pecado original Isto não começou bem O filho a bater na mãe Tinha que acabar em mal Pensar que os nossos filhos Já nem jogam matraquilhos Que futuro lhes reserva Portugal do pequeninos Vender o sol, vender o sol Aos quadradinhos Só nós sabemos deste céu à beira-mar Do sangue a fervilhar nas veias Nesta península de gente a navegar Que temos que habitar a meias O nosso povo já cansado de sofrer E de anos a dizer: "Não posso!" Deste país de tanta coisa por fazer Que por ninguém querer é nosso Deste país de tanta coisa por fazer Que por ninguém querer é nosso!