Oh que saudade do luar da minha terra Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão Este luar cá da cidade, tão escuro Não tem aquela saudade do luar lá do sertão Não há, oh gente, oh não Luar como esse do sertão Não há, oh gente, oh não Luar como esse do sertão A gente fria desta terra sem poesia Não se importa com a lua nem faz caso do luar Enquanto a onça lá na verde capoeira Leva uma hora inteira vendo a lua a meditar Não há, oh gente, oh não Luar como esse do sertão Ai, quem me dera que eu morresse lá na serra Abraçado a minha terra e dormindo de uma vez Ser enterrado numa grota pequenina Onde à tarde a sururina chora a sua viuvez Não há, oh gente, oh não Luar como esse do sertão Não há, oh gente, oh não Luar como esse do sertão