Acorda, patativa, vem cantar Relembra as madrugadas que lá vão E faz de tua janela o meu altar Escuta a minha eterna oração Eu vivo inutilmente a procurar Alguém que compreenda o meu amor E vejo que é destino meu sofrer E padecer, não encontrar Quem compreenda o trovador Eu tenho n'alma um vendaval sem fim E uma esperança que hás de ter por mim O mesmo afeto que juravas ter Para que acabe este meu sofrer Eu sei que juras cruelmente em vão Eu sei que preso tens o coração Eu sei que vives tristemente a ocultar Que a outro amas, sem querer amar Mulher, o teu capricho vencerá E um dia tua loucura findará A Deus, a Deus, minha alma entregarei Se de outro fores, juro, morrerei Amar, que sonho lindo, encantador Mais lindo por quem leal nos tem amor E tu vens desprezando sem razão A mim que choro e busco em vão O teu ingrato coração