Léguas, continente de águas abertas
Vastidão inundada que cerca
Mas não espanta esse velho ribeiro
Canoeiro, remador, proeiro
Tarrafa, malhadeira, zagaia, espinhel
Caniço e, no frio, aguardente pra aquecer
E somente o céu pra prosear eu e você
Cada curva de rio, eu conheço
Cada igarapé, não esqueço
Furos e lagos, atalhos perdidos
Estirões, alagados, sinistros igapós
Aí, eu levo o meu terço (olha a galera)
Me proteja, São Pedro (olha a galera)
Na lida, eu e minha parceira, cabocla camaroeira
Minha senhora, vamos embora
Que nossos meninos, de longe
O sorriso, a canoa tá cheia!
Sou ribeirinho
Quando a cheia tá brava, eu faço maromba
Levanto minha casa
Palafita se assusta com tanta água
Sou ribeirinho (ribeirinho)
E quando a estiagem castiga
Eu caminho praiões, fico me perguntando
Cadê aquele tanto de água?
Chapéu de palha protege do sol escaldante
Sei onde tem cobra grande
Converso com boto Yara, mãe d'água
No mês de junho, amarro a minha canoa
E do lado minha cabocla, vestidos de azul
Pra brincar boi bumbá!
Sou ribeirinho
Sou do Boi Caprichoso
O boi mais formoso que tem neste lugar
Patrick Araújo, levantador de toadas
Caboclo das águas, canoeiro, remador
Pescador, proeiro das águas, senhor
Da Amazônia na vazante e na cheia
Ribeirinho eu sou!
Galera azul e branca
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