O vidro opaco apaga mais Das paisagens abissais Que a neblina clareou Os rostos perdidos nas caixas de leite A noite roxa que nunca sai A forte certeza que se é transparente Um dente de leite que nunca cai E ela vê tudo que já foi E tudo que nunca vai voltar E ela vê tudo que voltou E tudo que nunca será Seus velhos amigos de claustrofobia Agora moram em outro lugar Fechou as portas que outros abriam Agora morre ao tentar mudar Com tantas respostas E tão poucas perguntas Já não sabe Se é bom perguntar Está ficando velha Não conta as horas Então devia se preocupar? E ela vê tudo que já foi E tudo que nunca vai voltar E ela vê tudo que voltou E tudo que nunca verá