Eu tenho uma menina que, meu Deus, Nem sei das mãos, Quando mergulho as minhas mãos nos seus cabelos Os novelos que se estendem no meu peito, Quando me deito e, assim, se deita sobre mim. Pintando um quadro feito de cabelos E de pele em tons de mel e de negrura Como a noite muito escura Dos seus olhos, dos meus olhos E dos olhos de quem me ama...! Quando aos olhos, Vem um jeito mais sincero de dizer o quanto Quero as mãos, o rosto e a voz amena! Que é tão pequena... Tão pequenina! Tem um jeito de menina! Tão menina que me cabe num abraço, Como o que sinto no meu pensamento audaz. Quando a hora das trinta de se desfaz. Quem chama p'lo meu nome, quando a chama Do ciúme ou do amor Que a vida traga, de passagem, E viva sempre, sempre... e à margem Do meu coração de inverno, sendo eterno...! Este chover que me domina. Eu tenho uma menina que, meu Deus, Nem sei das mãos, Quando mergulho as minhas mãos nos seus cabelos Os novelos que se estendem no meu peito, Quando me deito e, assim, se deita sobre mim. Eu tenho uma menina...