Rosa de aroeira Flor de cacto, gume Pela capoeira A ginga, a fé Vai ter com o roçado No mato um perfume No mar um cardume Ela é praieira Cobre é a cabocla De pele que febre Sob o sol se curva Na ponta nordeste Nesse labirinto No ponto que fere Ela cresce Mãe é a mulher Que cruza a poeira Pela estrada afora Levando a bandeira De toda a família Do filho, o futuro Derrubando muros Vela acesa Em noites de lua Vela é ela acesa Nas manhãs escuras Preparando o dia Decifrando a noite Ela é sem fim Fecundas mulheres De fé e de raça Cortam à peixeira A maniva farta Passam na peneira A massa, a massa O que passa é ouro O que fica é prata Nada ali se perde Tudo ali se salva A farinha seca A goma tão alva O Reduto à espreita Do que ali se fala Do que ali se canta Do que ali se cala Vela acesa Em noites de lua Vela é ela acesa Nas manhãs escuras Preparando o dia Decifrando a noite Ela é sem fim