Sujo de dívidas até o pescoço, eu percebi bem cedo Eu percebi daqui do fundo do poço Que o mundo tem mais aventureiros do que aventuras E o tesouro escondido persiste sempre prometido Solferina é a cor do sangue Que brota na curva da minha boca Sempre um tumor no céu, no teto da minha boca No céu, um ponto que ressoa turvo E eu me curvo diante de uma língua tão solta ♪ A boca imunda é o meu terreno De boca fechada fecundo o sereno Vapores de pensamento nesse audiolivro pequeno Palavras sabor gengiva A sensação de que nada faz sentido Me assalta, mas não me intimida Na real, isso só me motiva Entre um algarismo e outro, há um precipício Nos resta criar pontes, e do fim ao início Eliminar sombras, entender as coisas Ser fontes de luz ♪ Ah, eu tô falando com o fogo Essas palavras têm poder ♪ Falo por mim, mas represento um contigente Por mais que eu duvide do meu ego Carrego comigo toda essa gente Eu fico pensando: Eu posso falar o que eu penso Ou é a vez de jogar o lenço e assistir outra luta? Brigas importantes, antes eu as representasse Mas eu sou quem eu sou, esse é o meu impasse Por mim combato meu próprio tipo Patético se no fim sou só meu arquétipo Só sei que isso eu não quero representar E só sei que isso eu não quero representar Essa merda ♪ Antes eu tô fodido Eu sou o cara que vai trabalhar triste Endividado, quebrado ou algo parecido O cara que se afasta voluntariamente E se sente culpado constantemente Convive com fantasmas em sua ilha O cara que corre sem querer saber o que sente O cara que deixa de correr porque tem medo de tentar Porque tem medo de morrer O cara que corre sem querer saber o que sente O cara que deixa de correr porque tem medo de tentar Porque tem medo de morrer Ah, eu tô falando com o fogo Essas palavras têm poder Ah, eu tô falando com o fogo Ah, eu tô falando com o fogo Essas palavras têm poder Ah, eu tô falando com o fogo ♪ Essas palavras têm poder