A muçurana bendita Cobra de bote certeiro Gerada pela navalha Parida em balé rasteiro Assunta enquanto fita Assusta e não se agita E ri enquanto estraçalha Na cinta, fino punhal Brajará de ouro e prata Búzio de praia africana Lama de rio da mata E, no bolso do bornal Axé de cobra-coral Veneno de caninana Na volta ao mundo das sete cores do céu Serpente que lambe mel Tempera o axé do boi Ora e bate cabeça: Arroboboi! Eu sei e, por isso, quero Rezar essa minha prece Pro deus que desce do céu E toma o corpo da dona Que meus olhos não esquecem Dos olhos que se parecem Dois guizos de cascavel