Foi quando olhei pra mim que me afastei
Do que havia sido, do que acreditava que viveria
Daquilo que há muito anunciava um fim
Foi quando ouvi pela barreira do apego
A promessa de sossego
Foi quando finalmente me enxerguei
Ser corpo, mente, espírito e lei
De eterno ciclo de morte, fins, nascimentos e inícios
Da minha voz aquilo tudo que herdei
Inconsciente dos meus hábitos e vícios
Eu te deixei
E ao percorrer essa trilha sozinha
Percebo que a mente me domina
Pensamentos que eu carrego desde menina germinam
Trazem consigo luz, trevas, tristezas e alegrias
Prazer, dor de barriga, egoísmo e empatia
Percebe a contraditoriedade?
E a noção aparente de dualidade
É, não foi fácil confrontar a verdade
Sombras, magoas, muita vaidade
Entender que viver com liberdade
É uma grande responsabilidade
Foi quando finalmente me enxerguei
Ser corpo, mente, espírito e lei
De eterno ciclo de morte, fins, nascimentos e inícios
Da minha voz aquilo tudo que herdei
Inconsciente dos meus hábitos e vícios
Eu te deixei
E ao percorrer essa trilha sozinha
Percebo que eu não sou a mente
Nem os pensamentos que me condicionam
Desde o inconsciente
Do ego ao ser, do trauma a superação
A cura da doença, do aprisionamento a libertação
Percebe a complementariedade?
A inerência do pensamento com a verdade
Sinto acessá-la, porém é difícil
Não são poucos os meus vícios
Mas, ainda assim, eu me arrisco
Escrevo e marco a folha em branco com riscos
Foi quando finalmente me enxerguei
Ser corpo, mente, espírito e lei
De eterno ciclo de morte, fins, nascimentos e inícios
Da minha voz aquilo tudo que herdei
Inconsciente dos meus hábitos e vícios
Eu te deixei
E ao percorrer essa trilha sozinha
Reflito sobre o sentido da vida
E sobre o amanhecer de cada dia
O canto dos pássaros, o som do riacho
Me perco, mas constantemente me acho
Percebo toda integridade do universo e da vontade
Sinto, acessá-lo não é tão difícil, é genuíno
Contemplo, confio, no tempo de cada ciclo
E deixo essas palavras aos pés dos teus ouvidos
A próxima página não é o fim, mas o início
Tinta, caneta, papel, lápis, rabisco
Frases, estrofes, histórias em versos
Como tudo no universo, eu também recomeço
Novo ciclo
Foi quando finalmente me enxerguei
Ser corpo, mente, espírito e lei
De eterno ciclo de morte, fins, nascimentos e inícios
Da minha voz aquilo tudo que herdei
Inconsciente dos meus hábitos e vícios
Eu me reencontrei
♪
Quando te deixei