O que é de verdade, quem são de mentira Fertilizante de uma cena, semente feminina Necessária, elementar, minha cara Germino, broto, floresço, apareço Quem me tem, fruto de apreço Tudo que eu tenho, é porque eu mereço Auto-lembrete Que nada me defina Que nada me enquadre Que nada me aprisione Que nada me maltrate Que nada me defina Que nada me enquadre Que nada me aprisione Que nada me maltrate Em forma de prece, eu peço e entrego ao Universo honesto Um tanto de mim que muito sou Um pouco de paz pra aliviar o que restou Estou sempre a pensar: qual o meu lugar? Onde devo andar? Como me portar? Todos a julgar Quando estamos a olhar sem ver Quando escutamos sem querer entender Venho de uma vida dura e também silenciada Quebrando as rotinas pra não ser padronizada Quero chegar longe sim, eu quero tudo que eu almejo Miro no fim, intensifico o meu começo A união nasce do amor, mas também nasce da dor Fiz desta poesia, mantra, dissolvendo o rancor Me uno às semelhantes pra não ser mais inconstante Um corpo ambulante consciente deste grande instante Que nos desconstrói para nos reconstruir Eu tô de alma aberta pronta para evoluir Escuto mais que falo para assim admitir Que a mudança vem de dentro pra depois se expandir Conduzo a melodia que a vida faz sentir E permitir contribuir com a vida das irmãs Conduzo a melodia que a vida faz sentir E permitir contribuir com a vida das irmãs Que nada me defina (habitam tantas em mim) Que nada me enquadre (já que uma vida é pouco) Que nada me aprisione (liberta pra existir) Que nada me maltrate Que nada me defina Que nada me enquadre Que nada me aprisione Que nada me maltrate