Mil ranhuras na parede Os hábitos dos insetos Uma incontrolável sede A frieza dos projetos Reunidos em fogueiras Viveram meus ancestrais Planejando mil maneiras Desejando sempre mais Sonhar com um amanhã Prolongar a nossa vida Repensando no divã Os filhos sem despedida ♪ Nas palavras de um boçal Ódio e ignorância Mal somente pelo mal O que resta é a distância Vejo números dançando E com o breu, dialogo Soturno, indago: Quando? O vento responde: Logo Quatro turnos de limpeza Lembranças de uma corrida Nos olhares de tristeza Idosos sem despedida ♪ Derrotado pela insônia Rebuscando este lamento Quantos vão sem cerimônia São marcas do isolamento Em receitas de amor Racionamento de paz Sem vizinhos em louvor Os rigores de Alcatraz Em alguns meses, quiçá Muitas lágrimas vertidas Pelo que já não será Amantes sem despedida