Caminhando contra o vento Sem lenço e sem documento No sol de quase dezembro Eu vou O sol se reparte em crimes Espaçonaves, guerrilhas Em cardinales bonitas Eu vou Em caras de presidentes Em grandes nomes de amor Em pernas, dentes, bandeiras Bomba e Brigitte Bardot O sol nas bancas de revistas Me enchem de alegria e preguiça Quem lê tanta notícia (vem!) Eu vou Por entre fotos e nomes Nada no bolso ou nas mãos Eu quero é seguir vivendo, amor (e aí?) Eu vou Por que não? Por que não? Ela pensa em casamento Eu nunca mais fui à escola Sem lenço, sem documento Eu vou Eu tomo uma Coca-Cola Ela pensa em casamento E uma canção me consola E eu vou Por entre fotos e nomes Sem livros e sem fuzil Sem fome, sem telefone No coração do Brasil Ela não sabe, até pensei Em cantar na televisão O sol é tão bonito (vem, vem, vem) Eu vou Sem lenço, sem documento Nada no bolso ou nas mãos Eu quero é seguir vivendo, amor Eu vou Por que não? Por que não? Por que não? Por que não? Por que não? Por que não? Ah, quer saber? Eu vou, hein! Vou, vou, vou, vou, vou, vou Vou, vou, vou, vou, vou, é Vou, vou, vou, vou, vou, vou Por que não? Por que não? Por que não? Viva Caetano!