Quebro o cacho à canta galo Só pra escutar o chinedo Falando meio em segredo Do pêlo do meu cavalo Eu nunca fui bom aluno Mas fiz meus primeiros poemas Escrevendo com as chilena Nas paleta do lobuno ♪ Tirante o pêlo melado Qualquer flete dá de estouro Se boto as garras num mouro Saio a tourear delegado À cavalo num rosilho Encontro qualquer atalho E sou conde de baralho No lombo dum douradilho ♪ Tostado, quero pro campo Gateado é sempre buenacho Inda mais se quebro o cacho Lá onde a China prende o grampo O tordilho é pra o rio cheio Negro, salino ou vinagre Chega a parecer um bagre Que se escapou com arreio ♪ Zaino, sebruno, azulego Baio, ruano, oveiro, chita Enche de China bonita Em cada rancho onde chego Lazão', pangaré, picaço Peão, patrão ou capataz A sorte é a gente que faz e meu pingo Sou eu que faço Ah, velho Rio Grande alçado Se o mundo, um dia, afundasse Talvez só tu se escapasse No lombo dum colorado ♪ Quebro o cacho à canta galo Só pra escutar o chinedo Falando meio em segredo Do pêlo do meu cavalo Ah, velho Rio Grande alçado Se o mundo, um dia, afundasse Talvez só tu se escapasse No lombo dum colorado Talvez só tu se escapasse No lombo dum colorado Talvez só tu se escapasse No lombo dum colorado