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Luiz Marenco - De Estância, Alma e Tempo şarkı sözleri

Sanatçı: Luiz Marenco

albüm: Pra o Meu Consumo


Mate, galpão, madrugada, a estrela guia nascendo
E um fogo manso aquecendo um guitarreiro ancestral
Esse é o crioulo ritual que um novo dia repete
Pingos dobrando o topete na testeira do buçal
Esporas acordam cedo, os laços voltam aos tentos
Incomparáveis momentos neste rincão de mi flor
O gado no parador dispersa ao tranco por lote
E um potro verga o cogote pateando no maneador
Na costa, a sombra espichada do santa fé acordando
Pelos de lontra brilhando na barranca da lagoa
E assim a vida encordoa sobre o lombo da manhã
Enquanto um grito tajã pelo varzedo ressoa
Picadas de contrabando adoçadas de pitanga
Os matos costeando sangas, rastro de sorro na areia
Junto às ressacas das cheias, ossamentas encalhadas
De alguma rês atolada numa cruzada mais feia
Estes campos me conhecem de outros tempos vividos
Quando vibrava o sonido do brito índio chamando
E as boleadeiras tombeando os fletes dos invasores
Entre amargos estertores da minha raça peleando
Cada estância fronteiriça é um fortim de liberdade
De pátria e dignidade que o mundo reconheceu
Quando o Rio Grande nasceu eu já andava a cavalo
Suando contra um vassalo que quis tomar o que é meu
Por isso as vozes que ouço de tempos imemoriais
São mensagens fraternais pra quem renasceu agora
Por isso minh'alma aflora em cada coisa que penso
E deixa um rastro de incenso pra se perde campo afora
Mas permaneço gaúcho porque a essência perdura
Templa rude, alma pura que a história conhece a fundo
Mesmo pequeno e inundo de imperfeições deste plano
Eu me sinto o ser humano mais genuíno do mundo
Mais genuíno do mundo

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