Se os teus olhos faltaram um instante da vida Se o coração vacilar, retardando a batida Se o teu corpo cansado, curvar-se vencido Na estrada comprida Na batalha perdida Tuas mãos, só tuas mãos Gêmeas no riso e na dor Manterão, sempre acesa a luz... Votiva do amor Mãos que se juntam na prece num momento supremo Quando no altar duas vidas se juntam também Mãos que abençoam o filho Que parte talvez, para sempre E depois vão tecer um casaco de lã Para o neto que vem Mãos que dão lenitivo Aos que foram vencidos na vida Mãos que nunca recusam Num gesto o perdão... Mãos que arrancam das cordas De um violino nervoso e agitado A música divina Que torna todos os homens irmãos Mãos que após o silêncio que cai sobre a vida que cai Juntam o silêncio aquelas que um dia também foram mãos Também foram mãos Também foram mãos